domingo, 3 de março de 2013

O pecado - mais grave do que podemos entender



Por Elson Rodrigues          

 
          Provavelmente, você já entendeu que Deus odeia o pecado. Se você é membro de uma igreja evangélica, certamente você já sabe que Jesus Cristo morreu na cruz para remissão dos pecados daqueles que crêem em seu nome. Mas você já parou seriamente para pensar o quanto é grave o pecado? Você já refletiu de forma séria e responsável sobre isso? O propósito deste artigo é nos levar à reflexão séria e responsável acerca da gravidade do pecado, porque o processo de santificação no crente somente tem impulso verdadeiramente vigoroso quando entendemos de forma mais profunda a gravidade do pecado.

            É comum ouvirmos dizer que pecado é qualquer ato contra a vontade de Deus, mas essa é uma definição bastante incompleta. É incompleta porque não consegue representar sequer a consumação do pecado em si e, além disso, deixa de lado a questão da natureza pecadora que todos os homens têm. Quando tentamos estabelecer uma compreensão acerca do pecado, temos de nos importar tanto com a definição que representa o pecado pessoal de cada um – a prática do pecado pelo homem individualmente considerado – quanto com a questão relativa à natureza pecadora que todos os homens têm.

            Somente podemos entender o que é o pecado, se entendermos a santidade de Deus. Certamente você já ouviu falar que Deus é santo e, provavelmente, você já até cantou alguma música que diz que Deus é santo. Mas você sabe mesmo o que significa dizer que Deus é santo?

            O padrão moral de todo homem é evidentemente imperfeito. Além disso, todo homem viola seu próprio padrão moral. Todos nós já fizemos coisas que nós mesmos sabemos que são incorretas. Se sabemos que são incorretas, temos um padrão moral. Se as fazemos, violamos nosso próprio padrão moral. Mas Deus tem um padrão moral perfeito e que Ele jamais viola. Deus é completamente separado do mal e de tudo que corrompe. Isso significa que Deus é santo.

“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar...” (Habacuque 1:13)

“Portanto vós, homens de entendimento, escutai-me: Longe de Deus esteja o praticar a maldade e do Todo-Poderoso o cometer a perversidade!
...
Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo.” (Jó 34: 10 e 12)

“E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.” (1 João 1: 5)

O pecado pode ser entendido como toda ação (inclusive pensamento voluntário) ou omissão humana que representa afronta ao perfeito padrão moral de Deus. Pecado não é o que se encontra em uma lista feita por uma instituição religiosa, mas sim tudo aquilo que vai contra o perfeito padrão moral de Deus. Mas o problema do pecado vai muito mais longe.

O homem tem uma propensão natural a violar esse perfeito padrão moral de Deus. Em verdade, todos os pecados (no plural) que cometemos têm origem no pecado (no singular), que é a nossa natureza depravada e que nos conduz a violar o perfeito padrão moral de Deus. Quer dizer que eu tenho natureza pecadora? Sim, eu, você e todos os homens.

Deus criou o homem sem pecado. Contudo, pela desobediência de Adão, o pecado entrou no mundo e todos os descendentes de Adão (eu e você incluídos) passaram a ter o pecado original. Chamamos de pecado original, porque é derivado do pecado de Adão, porque está presente em todos os homens e porque é a origem de todos os pecados que praticamos. Goste você ou não dessa doutrina, ela é expressamente ensinada na Bíblia:

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.
     No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” (Romanos 5: 12-19)

“Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.” (1 Coríntios 15: 22)


A conseqüência do pecado original foi trazer a todos os homens uma natureza pecadora. Essa natureza pecadora nos torna totalmente depravados, nos torna inimigos de Deus e nos torna propensos a cometer pecados.

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” (Romanos 7: 18-23)

“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.” (Romanos 8: 7)

“Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.” (Tito 1: 15)  

Amado leitor, concentre seus esforços para entender e peça ao Senhor que te leve a compreender. O problema do pecado vai muito além de uma transgressão ou outra que o homem pratique. Há em todos nós (sem nenhuma exceção, mesmo entre os crentes) uma poderosíssima força que tende a nos levar a violar o perfeito padrão moral de Deus. Essa força é a nossa natureza pecadora. O problema do pecado é tão grave que, mesmo se algum momento o indivíduo não está praticando nenhum pecado propriamente dito, permanece nele sua natureza pecadora. É por isso que Paulo, o maior exemplo de cristão da história (diga-se de passagem para honra e glória do Senhor, e não de nosso amado irmão Paulo), escreveu o que está em Romanos 7: 18-23.

Para que o processo de santificação seja impulsionado no crente, é necessário que ele entenda que o problema do pecado não está restrito a possíveis atos praticados. É necessário que ele entenda que ele tem o pecado original, uma natureza pecadora que busca fortemente colocá-lo contra o perfeito padrão moral de Deus.

O pecado é algo dotado de uma malignidade tão grande que nos atinge visceralmente. Não é algo que se possa relativizar. Não é algo banal. É algo que alcança todo o nosso ser e que está completamente enraizado no homem, dominando sua própria vontade. Nossa natureza pecadora é algo que nos impele a fazer justamente o oposto do padrão moral de Deus. Ele é santo; nós somos pecadores. A Bíblia é clara ao nos ensinar que não há comunhão entre as trevas e a luz. É por isso que todo homem, enquanto não resolvido o problema do pecado, segue como inimigo de Deus e merecedor da mais justa condenação. Não nos enganemos. Deus é santo e justo e Ele não tem o culpado por inocente (Naum 1: 3). Todos pecaram e, se não forem reconciliados com Deus em Cristo em Jesus, permanecerão separados de Deus e serão condenados.

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Romanos 3: 23)

“E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” (Apocalipse 20: 15)

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6: 23)    

Como poderia ser resolvido o problema do pecado? Por iniciativa do homem? É claro que não. Ninguém deixará de ser um inimigo de Deus por vontade própria. O homem está dominado por sua natureza pecadora, que o impede de voluntariamente vir a Deus. O homem está espiritualmente morto em seu pecado, e um morto não tem condições de reagir.

É justamente aí que vamos ter a prova cabal da gravidade do pecado. Até aqui, talvez ainda tenha algum espaço para que você não compreenda bem a brutal gravidade do pecado. Mas vamos procurar comprovar de forma definitiva a imensa gravidade do pecado.

Nós já vimos que o homem não pode, por si só, resolver a questão do pecado. Você não pode pagar seu pecado por você mesmo e você não tem como controlar tua natureza pecadora a partir da tua força de vontade. Não é isso que paga e vence o pecado. Somente o próprio Deus poderia solucionar a questão do pecado. O que ele fez para isso? Parece simples. Provavelmente, você dirá que Jesus morreu na cruz para pagar nossos pecados. Essa afirmação é correta, mas há muito mais por trás dela. Há muito mais a entender.

Nós somente conseguiremos entender a gravidade do pecado quando entendermos de forma mais profunda o significado da morte de Jesus Cristo na cruz.

Para entender isso, o primeiro ponto é deixar de lado a falsa concepção de que Jesus morreu na cruz pela maldade dos judeus e dos romanos que o crucificaram. Não há nenhuma dúvida de que essa maldade foi usada por Deus para matar Jesus na cruz, mas é evidente que nenhum homem teria poder para matar o Filho de Deus se esse poder não lhe fosse dado. Observemos parte do diálogo entre Jesus e Pilatos:

“Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?
Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.” (João 19: 10-11)

Quem matou Jesus Cristo na cruz foi o próprio Deus. A verdade é que Jesus Cristo foi morto na cruz por decisão de Deus. Quem mais além do Senhor, do Deus altíssimo, teria poder para matar Jesus Cristo na cruz? Vejamos o texto de Isaías, comprovadamente escrito séculos antes da morte de Jesus na cruz:

“Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.” (Isaías 53: 3-10)

O texto é claríssimo. Nos diz que “ao Senhor agradou moê-lo”. É isso mesmo, sem rodeios. Deus se agradou em moer Jesus Cristo na cruz. Não se deixe enganar pelas heresias que são divulgadas por aí. Jesus Cristo não morreu por vontade dos judeus e dos romanos. Jesus Cristo não morreu porque havia uma espécie de acordo entre Deus e o diabo, que dava ao diabo algum direito sobre os homens que pecassem (essa heresia está sutilmente apresentada em filmes como as Crônicas de Nárnia – não é objeto deste estudo, mas fique atento: esse filme é repleto de heresias. Você acha mesmo que uma empresa do mundo, como a Disney, faria um filme que representasse corretamente o evangelho? Ainda há tempo de voltar a aprender com a Bíblia e somente com a Bíblia). Voltando ao tema deste estudo, Jesus Cristo morreu na cruz porque Deus se agradou em moê-lo. Mas por que Deus fez isso?

Deus decidiu matar Jesus Cristo na cruz como forma de pagamento pelos nossos pecados. A verdade é que Jesus morreu na cruz em nosso lugar. A morte de Jesus Cristo ocorreu de forma substitutiva a nós. Nós merecemos a punição, mas Deus imputou a Jesus Cristo a nossa pena. Deus matou Jesus, fazendo-o pecado, para que nos fôssemos feitos justiça em Cristo. Em palavras mais claras, Deus lançou sobre Jesus todos os pecados dos homens, para que os homens que crêem em Jesus Cristo e que se arrependeram sejam dados por justificados e perdoados por Deus.

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53: 5)

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5: 21) 

“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.” (Romanos 4: 25)

            Em nenhuma passagem bíblica e em nenhum outro momento da história, o ódio de Deus pelo pecado e a gravidade do pecado restam tão bem demonstrados quanto na crucificação do Senhor Jesus Cristo. Pense bem. Deus não mataria Jesus na cruz, Deus não se agradaria em moer Jesus na cruz se houvesse alguma outra forma de resolver o problema do pecado. Jesus é o próprio Deus em carne. Jesus é o que Pai tem de mais precioso. Nada vale mais do que o sangue de Jesus. E Deus é justo.

Você lembra o que Deus disse a Adão quando o advertiu?

“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2: 16-17)

Qual é a promessa de Deus para o pecado?

“Porque o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6: 23)  

O resultado do pecado não poderia ser outro. Deus exigiu morte para que fôssemos justificados e para que houvesse remissão dos nossos pecados. A Bíblia nos diz que sem derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hebreus 9: 22).

Deus poderia simplesmente aplicar a nós o que merecemos: a morte espiritual e a eterna condenação ao lago de fogo. Mas Ele nós amou e resolveu aplicar sobre Jesus Cristo a nossa pena. Deus não tem ao culpado por inocente e, sem que Jesus tivesse morrido na cruz, nós seríamos condenados.

O pecado é muito grave e foi isso que levou Deus a matar Jesus Cristo na cruz. Pense nisso: Jesus morreu na cruz por causa dos teus (dos meus também) pecados e por causa da tua (da minha também) natureza pecadora. Cada vez que você (eu também) peca, você (eu também) ofende a Deus.

Procure entender. O nosso pecado levou Deus a matar Jesus na cruz. O nosso pecado levou Deus a moer na cruz o que Ele tem de mais precioso. O nosso pecado levou o único verdadeiramente justo a sofrer muito e muito. Você lembra que Jesus, às vésperas da crucificação, se angustiou a ponto de suar gotas de sangue? Você já parou para pensar em que consistia uma crucificação romana? Ela era destinada somente à escória das pessoas. Aos piores bandidos. A finalidade não era apenas matar, mas humilhar profundamente. O crucificado ficava lá sofrendo deboches até morrer (leia nos evangelhos como Jesus sofreu esse tipo de coisa). Muitos ficavam depois de mortos no local para serem comidos por aves e/ou animais carnívoros. Não estamos escrevendo isso para que você sinta pena de Jesus. Se você tem pena de Jesus, você não está entendendo o evangelho. Estamos escrevendo isso para que você entenda as terríveis conseqüências do pecado, para que você entenda o quanto nós merecemos condenação, para que você entenda o quanto Deus odeia o pecado, para que você entenda o porquê de Jesus ser o Senhor, para que você entenda que somente Jesus é digno de ser o nosso Senhor. Enfim, para que você passe a ler com outros olhos o texto de Filipenses 2: 5-11:

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2: 5-11)

A violência que foi praticada por Deus contra Jesus na cruz, como exigência de pagamento de todo o nosso pecado, mostra o quanto Deus odeia o pecado e mostra que o pecado não é uma banalidade, não é algo pequeno, mas sim realmente grave.

Nosso amado leitor, se você é crente em Jesus Cristo e tem flertado com o pecado, se você tem subestimado a malignidade do pecado, se você não tem procurado entender o quanto Deus odeia o pecado, arrependa-se.

Peçamos ao Senhor que Ele, a cada dia, nos ensine mais e mais o quanto Ele odeia o pecado e o quanto devemos odiar o pecado. Quanto mais entendermos a malignidade e a gravidade do pecado, quanto mais conseguirmos odiar o pecado, mais fácil será o processo de santificação em nós. Pelo outro lado, sem que entendamos o ódio do Senhor pelo pecado e a gravidade do pecado, menos propensos estaremos à santificação.

Nós não temos como entender a gravidade do pecado com a mesma perfeição que Deus entende. É assim justamente porque somos pecadores e porque Deus é Santo. Todavia, nós os que cremos em Jesus Cristo, que nos arrependemos do pecado, e que fomos regenerados temos em nós o Espírito Santo de Deus. Há em nós o próprio Deus, por meio de seu Santo Espírito, que nos ajuda a entender de forma suficiente, ainda que não perfeita, o quanto é grave o pecado. Devemos nos esforçar para entender a gravidade do pecado, mas, por mais que nos esforcemos, jamais conseguiremos entender plenamente a gravidade do pecado. De forma plena e perfeita, somente Deus e o nosso justo Senhor Jesus Cristo entendem o quanto o pecado é grave. Jesus, que sempre entendeu isso por sua natureza divina e perfeita, experimentou em sua própria carne. Afinal, na cruz, Ele exclamou “...Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15: 34).

Jesus assim exclamou, porque, naquele momento, Ele pagava nossos pecados e recebia sobre si todo o ódio que Deus tem pelo pecado. A Bíblia nos ensina que, pelo pecado, o homem está destituído da glória de Deus (Romanos 3: 23), está separado de Deus. Aquele que pagava os nossos pecados na cruz estava, naquele momento, justamente como nós merecemos estar, destituídos da glória de Deus, separados de Deus, desamparados por Deus. É por isso que Deus desamparou Jesus enquanto Ele pagava nossos pecados.

Olhemos para o nosso Senhor. Vejamos o que foi a Ele imputado. Entendamos que isso é conseqüência da gravidade do pecado. Entendamos o ódio de Deus pelo pecado. Odiemos o pecado e dele nos separemos. Andemos na luz e não nas trevas.

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