sábado, 23 de março de 2013

O alimento estragado da igreja com propósitos




Por Elson Rodrigues (adaptação de pregação de Paul Washer)

Há muitas igrejas usando meios carnais para atrair pessoas carnais. Todas as igrejas que adotaram o modelo da igreja com propósitos estão, com maior ou menor intensidade, incluídas nesse uso de meios carnais.
         
O evangelho está sendo rebaixado e modificado. Não se prega mais o arrependimento. A música foi modificada para agradar aos não-crentes. Rick Warren declarou “acredito que uma das principais questões para a igreja no futuro será como iremos alcançar a geração seguinte com nossa música”[1]. Ele não entende que a única coisa que pode verdadeiramente converter uma pessoa é a pregação do evangelho. Jesus, quando pregava o evangelho, não alcançava ninguém com a música. Era somente a pregação do evangelho. Não somos contra a música verdadeiramente cristã na igreja, mas não podemos achar que dependemos de música para alcançar os não-crentes. Jesus escolheu homens simples como apóstolos. Não se cercou de nenhum grupo de músicos. Jesus e os apóstolos não planejaram alcançar ninguém com a música. Se a música pudesse levar alguém ao arrependimento e transformar pecadores, Jesus e Paulo, por exemplo, estariam sempre acompanhados de uma banda. Esse tipo de declaração de Rick Warren é apenas a ponta do iceberg quanto ao uso dos meios carnais. O problema não é apenas a música em si. Estamos usando a música apenas para exemplificar a distorção da igreja com propósitos. 
         
          Quando uma igreja envereda pelo uso de meios carnais para atrair pessoas carnais, em vez de pregar o verdadeiro evangelho, vai realmente atrair pessoas carnais e cada vez mais vai ter de usar meios carnais para manter essas pessoas na congregação.

          O resultado disso é que teremos “igrejas” compostas por uma grande quantidade de pessoas não convertidas e por algumas poucas que verdadeiramente são convertidas. Não se engane. Não há conversão sem arrependimento. É biblicamente impossível que uma pessoa que não se arrependeu seja crente verdadeiro. Já ouvimos (com nossos ouvidos) a barbaridade de um pastor de uma igreja com propósitos dizer algo como “levantou o braço, o Espírito Santo imediatamente entra na pessoa”, como se a salvação fosse algo mecânico e que depende de ação humana, como se não fosse um dom gratuito dado por Deus. O mais grave é que, nessa mesma pregação, esse pastor não mencionou uma vez sequer as palavras pecado e arrependimento, mas, no final, fez uma cena convidando as pessoas a “aceitarem Jesus”, levantando as mãos ou ficando de pé. Isso é falso evangelho.

        O uso de meios carnais, associado à pregação do falso evangelho, que não envolve arrependimento, leva à composição de uma massa de crentes nominais nas igrejas, muitos deles até têm a falsa noção de que estão salvos, mas nunca se arrependeram. Talvez alguns confundam remorso com arrependimento.

          Mesmo assim, há nessas mesmas igrejas crentes verdadeiros, que, de alguma forma ou em algum outro lugar, pela misericórdia, bondade e graça de Deus, ouviram o evangelho verdadeiro, creram e se arrependeram.

          Então, nas igrejas com propósitos, convivem uma massa de crentes nominais (que nunca se arrependeram) e alguns crentes verdadeiros (que creram e se arrependeram).

          Esses crentes verdadeiros são pessoas que honestamente querem a Cristo e à Sua Palavra. São pessoas que não estão ali por causa da música e de outros métodos carnais. São pessoas que precisam apenas de Jesus Cristo, de adorar verdadeiramente a Deus e da pregação verdadeira da Palavra de Deus. São pessoas que querem apenas fazer a coisa certa, que não dependem de emoções mundanas. São pessoas que não querem ouvir um evangelho aguado ou uma pregação superficial. São pessoas que querem um pastor que lhes ensine a Palavra de Deus.

          Mas vamos lembrar que as igrejas que adotaram o modelo de igreja com propósitos precisam continuar a usar meios carnais para manter as pessoas carnais (crentes nominais) que lá estão. Então, o pastor, para manter essas pessoas carnais na congregação, vai ter de dar a elas o alimento que elas querem, que é um evangelho aguado, que não as ofenda, que não diga a elas o quanto são pecadoras. Vai ter de dar a elas as coisas carnais que elas desejam, como piadas e histórias sobre a sua vida, pregações superficiais.

          O grande problema é que esse alimento dado às pessoas carnais que estão na igreja com propósitos não serve para alimentar as verdadeiras ovelhas do Senhor. Elas vão ficar com fome e sede da Palavra. Elas querem aprender mais, mas não há quem as ensine. Normalmente, o pastor de uma igreja com propósitos vai tirar o peso de suas costas, dizendo que é responsabilidade individual de cada um estudar a Bíblia (isso é uma verdade, mas é igualmente verdade bíblica que o pastor tem sim a responsabilidade de ensinar a Palavra de Deus à igreja). Além disso, o pastor de uma igreja com propósitos tende a desacreditar (quase debochar no púlpito) daqueles a quem o Espírito Santo deu o dom de ensinar. Normalmente, ele muitas vezes vai também tentar associar o crente com conhecimento bíblico a uma pessoa sem amor ou sem experiência com Deus, mas isso é uma falácia. O que vai acontecer é que aquele pequeno grupo de crentes verdadeiros não será alimentado com a Palavra de Deus.

      Mas um dia, esse pastor estará diante de Jesus e será questionado por isso, por não alimentar, por deixar com fome as ovelhas que o Senhor lhe confiou.

          Você vai dizer: mas eu não sou pastor!

          Eu vou te dizer que quem consente com o erro é participante do erro e que você também comparecerá diante de Cristo.



[1] Publicado no site www.pastors.com

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